Conforme manifestou recentemente o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, o atual momento do País está mostrando um cenário benéfico com relação à inflação, mesmo com a política monetária ainda retraída e o cenário internacional um tanto desfavorável. Ele comentou que o Copom (Comitê de Política Monetária) foi muito feliz e corajoso em determinar um ritmo de cortes da Selic de 50 pontos-base para as próximas reuniões.
Com as incertezas ainda presentes, especialmente num momento no qual houve uma abertura na curvas de juros de longo prazo nos EUA e o conflito no Oriente Médio, o diretor do BC afirmou ser difícil traçar cenários de mais longo prazo. Ele destacou que boa parte da mudança na conjuntura internacional está associada à abertura da curva dos treasuries norte-americanos, com impactos diferenciados. Alguns países, por exemplo, têm reduzido reservas em dólares por questões geopolíticas. Para o Brasil, embora seja possível observar desdobramentos no diferencial da taxa de juros, na demanda externa e no valor das commodities, o principal veículo que esse quadro traz é na taxa de câmbio.
Ele lembrou que várias economias estão sofrendo essas surpresas, com um momento de taxa de juros elevadas, um mercado de trabalho apertado e sucesso no combate à inflação. Galípolo também afirmou que há um debate internacional sobre os motivos desses imprevistos macroeconômicos. Parte disse, realçou, pode estar ligado a variáveis não observáveis, como hiato do produto, taxa de juros neutra e mudanças no PIB (Produto Interno Bruto) potencial. Também há mudanças no mercado de trabalho a serem consideradas.
Fonte: InfoMoney